4 Mudanças Comportamentais Promovidas pela Gripe Suína

A Gripe Suína (Gripe A, H1N1, Influenza, Gripe do Porquinho, como desejar) assustou e continua assustando muita gente. No Brasil, escolas foram fechadas, vários anúncios sobre a gripe foram espalhados por todo o país, notícias brilhavam na mídia, e-mails ferviam na caixa de correio.
A gripe causou bastante alvoroço. Muitos deixaram de sair de casa, começaram a tomar vários banhos diários e a evitar conversar com pessoas. Bem, até agora nada de mais do que você já está mais do que cansado a ouvir.
O que muitas pessoas ainda não se deram conta, mas vão perceber em breve (ainda mais se o episódio da gripe virar uma novela completa), é o quanto a gripe suína está alterando o comportamento e as relações humanas.
Parece bobagem? Não é! Listarei pra você 4 prováveis mudanças no comportamento das pessoas devido à Gripe Suína:


1º - Fique Longe de Mim!
Cada cultura tem uma distância média em que a pessoa se sente confortável para uma conversa formal ou informal. Há pessoas que gostam de conversar a uma distancia maior, outras preferem conversar mais de perto, varia de pessoa a pessoa. Mas há estudos que indicam que há um padrão, que varia conforme a cultura. Britânicos, por exemplo, gostam de conversar à longa distância, enquanto árabes gostam de conversar o mais próximo possível. Isso também varia dentro de um mesmo país. Há quem diga que as pessoas do norte do Brasil são mais próximas e simpáticas que as do sul.
A pergunta é: como a Gripe A pode influenciar nesse tipo de costume?
Como disse anteriormente, muitas pessoas ficaram bem paranóicas com medo de serem infectadas. E uma das precauções indicadas pelos médicos é de manter a distância de pelo menos 1 metro das pessoas, para evitar contágio, caso a pessoa esteja infectada e espirre ou tussa na sua cara. Logo, as pessoas passaram a conversar a uma distância bem maior do que o usual.

2º - E o Aperto de Mão?
Outra instrução dada pelos médicos é evitar contatos físicos. Então, os costumes do aperto de mão, ou beijinho no rosto, ou abraço, estão sendo evitados. É incrível como muitas pessoas chegam a ficar até com medo (ou nojo) de encostar em outras. Uma coisa engraçada que presenciei, ainda no começo dos surtos de gripe no país, foi pessoas nos ônibus com luvas de borracha nas mãos e máscaras. “Todo o cuidado é pouco”, diziam.

3º - A Volta da Higiene.
Várias pessoas tinham perdido do hábito de lavar as mãos. Não é incomum você ir para um Mcdonalds da vida e meter as mãozonas no sanduíche sem lavar as mãos. Todo mundo faz isso de vez em quando (salvo raras exceções, claro). Há casos extremos que a pessoa lava a mão só quando toma banho.
Agora, com esse super vírus mortífero por aí, ninguém é louco de fazer qualquer coisa antes de lambuzar as mãos em álcool em gel. Tem álcool nas escolas, nos bancos, nas empresas, nos restaurantes... em todo o lugar. E as pessoas passaram a usá-lo com freqüência! Nunca que alguma campanha publicitária ou governamental conseguiria fazer uma mudança dessa na nossa sociedade.


4º - A Fuga dos Lugares Públicos
O melhor jeito de pegar qualquer doença é ir a locais com aglomeração de pessoas. “Evite”, dizem os médicos. “Mas que saco”, dizem os baladeiros, boêmios e domingueiros de plantão. Pois é, talvez esse seja mais um aspecto que terá uma mudança considerável daqui para frente.

Mas, até que ponto essas mudanças podem realmente acontecer? As pessoas vão realmente mudar todo seu estilo de vida por causa de uma doença?
Não há como ter certeza. Mas o que é dedutível é que essas pequenas ações ficarão no subconsciente de muitas pessoas, além de entrarem nas crenças populares. Momentos históricos como o que estamos passando sempre deixam algum costume diferente na sociedade.
Mas não nos precipitemos. Esperemos mais algum tempo, pra ver como as coisas ficarão. Daí quem sabe daqui a alguns anos, se não morrermos todos de gripe, perceberemos as mudanças culturais se infiltrando em nossos círculos sociais.

Por Dickson Paiva