Quem tem poder sobre nós?

É interessante como existem coisas que estão à nossa frente em todo o momento e nós não conseguimos enxergá-las. Às vezes até vemos, mas é como se nosso cérebro se recusasse a funcionar, a entender. Às vezes isso ocorre para o nosso bem, mas em sua maioria, fatos ocorrem ao nosso redor e nós não percebemos por que estamos alienados à realidade. A influência dos meios de comunicação: rádio, TV, jornais, revistas, muitas vezes nos fazem ignorar o que está acontecendo à nossa volta, nos faz sentirmos melhores ou piores, nos trás necessidades que na verdade são ilusórias, esquecermos quem realmente somos. Muitos pensam que o Mundo é bonito, olhando através de sua cobertura com vista para o mar, ou da sua TV de plasma da sala, da janela do seu carro importado. Outros sabem que existe injustiça, aliás, até mesmo se sentem injustiçados pela sua própria sorte, mas se sentem impotentes para lutar pelos seus direitos, seus ideais.
O ser humano vive em constante pressão da sua própria sociedade. E não importa qual sociedade: tanto no oriente quanto no ocidente, nos meios urbanos ou rurais. Os costumes, as leis, as normas sociais, nos dá uma falsa liberdade. Por mais livres que possamos nos sentir, muitas pessoas, entidades, organizações em geral, têm poder sobre nós.
Quem tem poder sobre nós? Nosso chefe, a polícia, o governo, os pais, a religião, os professores... enfim, em cada grupo social em que vivemos, sempre tem alguém que acaba exercendo poder sobre nós. Meu professor de sociologia me ensinou uma vez que são três os fatores básicos que podem ser o motor do exercício do poder: a posição na estrutura social, os recursos e a legitimidade. Nós não obedecemos ao nosso chefe por que queremos, precisamos dele, é uma conseqüência do emprego. Assim como a polícia tem poder legítimo sobre nós, a lei os dá o direito. A igreja, a religião, exerce poder sobre nós de forma carismática, através das doutrinas, dogmas, mandamentos e etc. E até nossos pais, mesmo que apenas psicologicamente, influenciam nas nossas decisões, de forma tradicional. Mas uma coisa que eu acho ridículo e ao mesmo tempo uma afronta ao cidadão, e que aliás foi o que me inspirou a escrever esse artigo, é o modo como muitos funcionários públicos que trabalham como atendentes, enfermeiros, médicos, e etc., tratam mal as pessoas. Quem depende do SUS (Sistema Único de Saúde), sabe do que seu estou falando. Até mesmo em órgãos como o Detran, a Câmara Municipal e a Prefeitura, os atendentes tratam as pessoas como se, por ser um serviço público, “de graça”, os usuários não merecessem atenção. Tremenda falta de respeito. E essas pessoas, querendo ou não, exercem poder sobre nós. Não que elas tenham qualquer legitimidade sobre isso, mas sim por que elas têm recursos que necessitamos.O ser humano simplesmente perdeu sua liberdade. Ele está preso ao sistema. Não que isso seja motivo para viver se lamentando pelos cantos, igual um emo. Mas devemos ter consciência de nossa real situação, do nosso papel na sociedade. Muitos fazem até mesmo um esforço para não pensar nessas coisas, para não ver o quanto é deprimente o jogo de poder. Mas quanto mais ignorarmos a realidade da vida, mais ignorantes seremos.


Autor: Dickson Paiva

2 comentários:

junot disse...

Se eu tivesse tudo isso tava feliz,e não me importaria com mais nada no mundo, até me aposentaria...,(cobertura com vista para o mar, TV de plasma da sala, carro importado)
Só coisa boa.

Quem se preocupa com injustiça geralmente é pobre, pé rapado!!!

Dick disse...

Claro. Por isso que nada nunca muda... Pensar em um mundo melhor é utopia. Quem tem muito consegue sempre mais, enquanto quem tem pouco isso ainda lhe é tirado.

 


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